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HORMÔNIOS E DEMÔNIOS

Hormônios são substâncias químicas específicas que exercem funções muito importantes na vida. Lançados na corrente sanguínea produzem efeitos específicos (indução ou inibição) em um órgão específico do corpo. “A origem da palavra hormônio é grega, HORMAO, que significa estímulo, movimento. Foram os fisiologistas Ernest Starling e William Bayliss, ambos britânicos, que identificaram as substâncias denominadas hormônios, em 1902.”

Demônios são seres espirituais do mal cujo único objetivo é bagunçar e desarrumar a nossa vida, o nosso mundo interior, produzindo dor e sofrimento. Você até pode controlar os hormônios por via medicamentosa, mas não tente controlar os demônios. Eles são terríveis e incontroláveis por natureza. Mas que fique bem claro: hormônio é uma coisa e demônio é outra bem diferente. Dentro dos níveis aceitáveis o hormônio produz bem estar e satisfação. Já o demônio não tem nível aceitável. É mau em natureza e essência.

Uma disfunção hormonal, gerada pelos mais variados motivos, até mesmo pelo estresse, pode tanto produzir uma grande agitação como uma profunda prostração. A disfunção hormonal tem o poder de levar uma pessoa do céu para o inferno com ondas de calor intenso, em frações de segundo. Que o digam as mulheres que estão atravessando a famigerada fase da menopausa.

Os demônios também provocam desequilíbrio físico, emocional e acima de tudo espiritual. Mas isso não significa que todo desequilíbrio físico, emocional e espiritual é coisa do demônio. Não tem essa de ficar dando ibope pra ele. Até porque, onde fica a responsabilidade de cada um em gerenciar o seu corpo, em tomar e assumir as suas decisões? Por que ser refém da vida e colocar a culpa no demônio? Os demônios tentam, mas a decisão é sempre nossa.

Existem hormônios poderosos no corpo que atuam de modo direto em relação ao desejo sexual, a libido. A testosterona nos homens e a prolactina nas mulheres são hormônios da sexualidade. Não existe nada mais complexo na vida do que o desejo sexual, que na sua forma nua e crua tem um único objetivo: a satisfação a qualquer preço. Desejo é assim: quer por quer e pronto!

Coincidentemente uma das áreas da vida em que os demônios mais atuam é a área sexual. Como eles gostam de mexer e excitar essa área tão vulnerável. Mas é importante ressaltar que o desejo sexual não é demoníaco, como alguns pensam. É divino! Sem o desejo sexual não haveria o ato sem sexual, e sem o ato sexual a vida seria solitária, monótona e sem graça. Sem contar que nós não estaríamos aqui.

Os demônios são craques na arte da exploração do maior desejo e da maior fragilidade da vida: o prazer sexual. Eles fazem isso até através das religiões. Quando lemos a Bíblia, tanto no Velho como no Novo Testamento, observamos que o desejo sexual era explorado em rituais de cultos pagãos. Ainda hoje não é diferente. Cultuar o sexo é uma forma de cultuar o demônio.

Existem muitos equívocos na vida que acabam levando a conclusões precipitadas e simplistas. Por exemplo, falar que toda oscilação de humor é problema hormonal e que todo ato inconsequente e pecaminoso é culpa do cão, do capiroto, do safado do capeta, do demônio, não é verdade. É preciso considerar com honestidade que muitas das ações equivocadas na vida é sem-vergonhice mesmo.

Entre o hormônio e o demônio o que existe é uma simples homofonia que destaco aqui como forma de realçar a importância da sensatez, da sabedoria, e do discernimento em relação ao prazer sexual. Sem essa de demonizarmos tudo. Os descontroles e arroubos da vida não podem ser colocados na conta dos hormônios e nem mesmo dos demônios.
Davi adulterou com Bate-Seba, pecou; mas depois teve a coragem e a hombridade de dizer pra Deus: “Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal,” (Sl. 51:3,4).

O problema não são os hormônios e nem mesmo os demônios em si, mas o que que cada um decide fazer em relação a eles. Cuidar? Tratar? Ou, cantar: “Deixa a vida me levar...”. Garanto que essa última opção não é boa. Mas o certo é que cada um deve decidir o tratamento que está precisando: hormonal, emocional, espiritual ou dos três? Pode ser também que não queira nenhum.

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