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Mostrando postagens de agosto, 2015

O MAL DA VIDA

Para início de conversa quero dizer que o mal da vida é a própria vida. E todo o movimento neurótico e doentio na vida reside no esforço hercúleo e insano de eliminar “o mal da vida”. Para aqueles que nutrem esse sentimento, promessa é o que não falta no mercado, tanto das indústrias farmacêuticas, com promessas de remédios que curam todos os males e eliminam todas as dores da vida, verdadeiros elixires da juventude; como, sejamos sinceros, as promessas das igrejas industrializadas, empresariais, mercantilistas que prometem o que nem o próprio Jesus Cristo prometeu: vida boa, abastada, sem qualquer vestígio de dor, sofrimento, angústia, medo, desesperança, e por aí vai. A igreja só é lugar de vida quando ela não nega a vida com o mal estar que a vida comporta. Penso que precisamos urgentemente de uma “desinstitucionalização” da igreja, assim como aconteceu na reforma psiquiátrica com a “desinternação” dos pacientes com transtornos mentais. Precisamos libertar os crentes das prisões,

A FÉ COMO SINTOMA!

É possível frente a riqueza da fé bíblica vive-la como se fosse sintoma de uma neurose obsessiva compulsiva, como escreveu Freud em seu texto: “O Futuro de uma Ilusão”? Por que alguns homens da ciência desprezam a fé bíblica e alguns homens de fé desprezam a ciência? Quando comecei o curso de mestrado em psicologia, com viés psicanalítico, a professora responsável pelo curso fez a seguinte colocação em um encontro de orientação: “Ailton, você não me disse que era pastor!”. A resposta foi imediata: “A senhora não perguntou.”. O silêncio tomou conta da sala onde somente eu e ela estávamos. Subentende-se que se eu tivesse dito que era pastor provavelmente não teria passado no processo seletivo. Mas tudo bem. O mestrado transcorreu bem e ela foi uma excelente orientadora. É fato que temos muitos crentes sinceros dedicados ao estudo e a pesquisa, que conseguem articular muito bem as questões da fé com as questões relativas a ciência. Na verdade elas não são inimigas. São irmãs. A filo

DIVAGAÇÕES SOBRE A VIDA: ENQUANTO A MORTE NÃO VEM!

Vamos falar sobre a morte. Vamos falar sobre a vida. A morte não é inimiga da vida. Também não é amiga. É uma realidade. A morte limita a vida. Isso é fato. Mas é através dela que a vida pode ser vida, no sentido pleno da palavra. Quem sabe que vai morrer um dia deveria viver melhor hoje. Na verdade tem a obrigação de viver melhor hoje. É pensando na realidade da morte que quero propor uma divagação sobre a vida. Não que tenhamos tempo de sobra. É justamente o contrário. Temos falta. Na verdade a vida deveria ser contada as avessas: menos um, menos dois, ...., menos sessenta, menos cem, menos cento e um e por aí vai. Pensar na vida como um recurso não renovável é uma maneira de viver melhor, com mais qualidade, com mais prudência, com menos tristeza e mais alegria, com menos covardia e mais coragem, com menos ódio e mais amor. Por que haveríamos de viver mal, reclamando da vida, se um dia não a teremos mais? Por que desprezar em vida as pessoas que amamos se um dia, ela ou nós, se