Será que precisamos de uma religião para viver? Se não precisamos, então isso significa que não precisamos de igrejas, templos, denominações? O objetivo deste artigo é falar da religião não como uma boa escolha: criativa, libertária, gostosa, estimulante, solidária, com mais compaixão e menos indiferença, com mais amor e menos egoísmo, com mais Graça e menos culpa; mas da religião enquanto sintoma característico da neurose obsessiva. Gosto de uma definição dada por Rubem Alves sobre teologia – a religião cristã é construída a partir de dogmas teológicos – que diz que a teologia é como uma rede que um pescador constrói para pegar peixes, mas Deus é vento e não se deixa capturar. Muito bom. Por vezes fico pensando: se Jesus viesse hoje qual igreja, de qual denominação, ele freqüentaria? Você já imaginou Jesus entrando em uma igreja neopentecostal, superlotada, com o pastor dirigindo um show de milagres, gritando: “quem ficou curado jogue a bengala fora, quebre os óculos, pule da cadeira...