Alguns dias atrás, fomos surpreendidos com a notícia do suicídio de um colega pastor no interior do nosso país. Segundo o que tomamos conhecimento, a causa foi uma crise depressiva grave. Surgem as perguntas: crente pode ficar deprimido? E o pastor, o anjo da igreja, pode enfrentar problemas emocionais e psiquiátricos? E a fé em Deus, onde é que fica? Quem faz essas perguntas com certeza não lê a Bíblia e, portanto, não conhece histórias como as de Agar, Elias, Jó, Davi, Jeremias, Pedro e tantos outros personagens bíblicos.
Recentemente a revista “Cristianity Today” trouxe um artigo abordando a questão da saúde mental na Igreja, em que destaca uma pesquisa da LifeWay e Focus on the Family, que diz que um em cada quatro pastores reconhecem que tem lutado com problemas relativos à doença mental. Precisamos destacar que a gama de problemas mentais é muito extensa. Digo isso porque o estigma é que o doente mental é aquele que rasga dinheiro. Na verdade tem muito maluco por aí: pastores, inclusive, doentes mentais, que estão fazendo justamente o inverso. Cada louco com a sua mania.
Jesus abordou o problema da saúde mental no sermão do monte, quando Ele disse: “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.” (Mateus 5:22). O que Jesus estava querendo dizer com essas palavras? O contexto desta citação é a vivência da fé na sua dimensão mais radical que é a prática do amor. Na verdade, tudo na Bíblia começa e termina com amor. Os escribas e fariseus não compreendiam dessa maneira. Muitos ainda hoje também não compreendem. O pensamento de pessoas assim é movido pelo cumprimento de regras, de leis. Elas dizem: “você tem que fazer e pronto. Se fizer o que é certo, será premiado. Se fizer o que é errado, vai tomar umas cacetadas.”.
Se a radicalidade da vivência da fé em Cristo tem que ser o amor, então a igreja precisa ser um lugar de acolhimento daqueles que sofrem com os mais variados problemas, inclusive os que sofrem com problemas emocionais e distúrbios psiquiátricos. A igreja precisa ser um local de acolhimento. Guarde bem essa expressão! Um lugar de vida, celebração e esperança; e não uma forca para aqueles que lutam com os mais variados problemas emocionais e psíquicos.
Falar sobre o suicídio é falar de um tema proibido. Maria da Paz Manhães, no livro “O enigma do suicídio”, diz que “As religiões cristãs (entenda-se catocilismo) não tem beneplácito para o suicida e os discrimina em seus rituais, negando-lhes os últimos sacramentos, a encomendação da alma e até a missa de sétimo dia.”. Sendo um tema proibido, então, vamos escondê-lo debaixo do tapete vermelho de uma espiritualidade desencarnada. Vamos esconder não somente o suicídio, mas as causas que podem levar uma pessoa a atentar contra a própria vida. Vamos esconder a angústia e a depressão, nas suas mais variadas formas, porque isso significa “falta de fé”. Que pensamento tacanho! Que coisa absurda!
Nós precisamos escolher se vamos viver a fé, a partir do enfrentamento dos vários atravessamentos que ela tem com a vida, ou se vamos brincar de crentes, vivendo a ilusão tão bem retratada no best seller: “Alice no país das maravilhas”. Nós devemos sempre olhar para o céu, mas não podemos esquecer que estamos na terra. Almejamos a plenitude da vida por vir, mas não podemos esquecer que ainda somos de carne e osso e que não vale a pena querer encurtar o percurso.
Adolpho Hoirisch diz que “o suicídio emerge como comportamento comumente condenado por diferentes culturas, mas que tem em sua gênese diversos motivos.”. Uma depressão grave pode levar ao suicídio. Por isso precisa ser diagnosticada e tratada. É uma doença do corpo e da alma, que não tem nada a ver com o espírito. É muito triste observarmos como a teologia de alguns crentes, inclusive pastores, espiritualiza, demoniza e segrega aqueles que sofrem de distúrbios psiquiátricos.
Nós precisamos entender a questão da saúde mental como um problema inerente a vida, que precisa ser diagnosticado e tratado como qualquer outro problema de saúde. Precisamos construir uma visão do homem por inteiro e não dividido em partes, entre as quais, aceitamos uma, a espiritual, e rejeitamos as outras, a física e emocional. Precisamos entender principalmente que a fé não anula os problemas da vida. Ela nos ajuda a superá-los, a vencê-los, mas ninguém pode vencer o que não reconhece.
Saúde mental é uma questão de qualidade de vida e ninguém deveria entender mais de vida, no sentido pleno da palavra, do que a igreja.
Saúde mental é uma questão de qualidade de vida e ninguém deveria entender mais de vida, no sentido pleno da palavra, do que a igreja. Por outro lado, não existe uma instituição que abrigue mais loucos do que a igreja.
Recentemente a revista “Cristianity Today” trouxe um artigo abordando a questão da saúde mental na Igreja, em que destaca uma pesquisa da LifeWay e Focus on the Family, que diz que um em cada quatro pastores reconhecem que tem lutado com problemas relativos à doença mental. Precisamos destacar que a gama de problemas mentais é muito extensa. Digo isso porque o estigma é que o doente mental é aquele que rasga dinheiro. Na verdade tem muito maluco por aí: pastores, inclusive, doentes mentais, que estão fazendo justamente o inverso. Cada louco com a sua mania.
Jesus abordou o problema da saúde mental no sermão do monte, quando Ele disse: “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.” (Mateus 5:22). O que Jesus estava querendo dizer com essas palavras? O contexto desta citação é a vivência da fé na sua dimensão mais radical que é a prática do amor. Na verdade, tudo na Bíblia começa e termina com amor. Os escribas e fariseus não compreendiam dessa maneira. Muitos ainda hoje também não compreendem. O pensamento de pessoas assim é movido pelo cumprimento de regras, de leis. Elas dizem: “você tem que fazer e pronto. Se fizer o que é certo, será premiado. Se fizer o que é errado, vai tomar umas cacetadas.”.
Se a radicalidade da vivência da fé em Cristo tem que ser o amor, então a igreja precisa ser um lugar de acolhimento daqueles que sofrem com os mais variados problemas, inclusive os que sofrem com problemas emocionais e distúrbios psiquiátricos. A igreja precisa ser um local de acolhimento. Guarde bem essa expressão! Um lugar de vida, celebração e esperança; e não uma forca para aqueles que lutam com os mais variados problemas emocionais e psíquicos.
Falar sobre o suicídio é falar de um tema proibido. Maria da Paz Manhães, no livro “O enigma do suicídio”, diz que “As religiões cristãs (entenda-se catocilismo) não tem beneplácito para o suicida e os discrimina em seus rituais, negando-lhes os últimos sacramentos, a encomendação da alma e até a missa de sétimo dia.”. Sendo um tema proibido, então, vamos escondê-lo debaixo do tapete vermelho de uma espiritualidade desencarnada. Vamos esconder não somente o suicídio, mas as causas que podem levar uma pessoa a atentar contra a própria vida. Vamos esconder a angústia e a depressão, nas suas mais variadas formas, porque isso significa “falta de fé”. Que pensamento tacanho! Que coisa absurda!
Nós precisamos escolher se vamos viver a fé, a partir do enfrentamento dos vários atravessamentos que ela tem com a vida, ou se vamos brincar de crentes, vivendo a ilusão tão bem retratada no best seller: “Alice no país das maravilhas”. Nós devemos sempre olhar para o céu, mas não podemos esquecer que estamos na terra. Almejamos a plenitude da vida por vir, mas não podemos esquecer que ainda somos de carne e osso e que não vale a pena querer encurtar o percurso.
Adolpho Hoirisch diz que “o suicídio emerge como comportamento comumente condenado por diferentes culturas, mas que tem em sua gênese diversos motivos.”. Uma depressão grave pode levar ao suicídio. Por isso precisa ser diagnosticada e tratada. É uma doença do corpo e da alma, que não tem nada a ver com o espírito. É muito triste observarmos como a teologia de alguns crentes, inclusive pastores, espiritualiza, demoniza e segrega aqueles que sofrem de distúrbios psiquiátricos.
Nós precisamos entender a questão da saúde mental como um problema inerente a vida, que precisa ser diagnosticado e tratado como qualquer outro problema de saúde. Precisamos construir uma visão do homem por inteiro e não dividido em partes, entre as quais, aceitamos uma, a espiritual, e rejeitamos as outras, a física e emocional. Precisamos entender principalmente que a fé não anula os problemas da vida. Ela nos ajuda a superá-los, a vencê-los, mas ninguém pode vencer o que não reconhece.
Saúde mental é uma questão de qualidade de vida e ninguém deveria entender mais de vida, no sentido pleno da palavra, do que a igreja.
Saúde mental é uma questão de qualidade de vida e ninguém deveria entender mais de vida, no sentido pleno da palavra, do que a igreja. Por outro lado, não existe uma instituição que abrigue mais loucos do que a igreja.
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