Cada época carrega consigo o seu mal-estar. Não tem como evitá-lo. No entanto, quem nunca se percebeu dando mais valor ao passado do que ao presente, dizendo: "Naquele tempo..."? Sempre temos essa tendência de valorizar o passado e depreciar o presente, o que é uma grande besteira, pois ninguém pode viver no passado. Só se vive no presente. Por vezes, indevidamente, alguns crentes pensam que os tempos bíblicos retratados no Velho e no Novo Testamento eram melhores do que os tempos atuais. Não sei se você pensa assim, mas, apenas a título de comparação, permita-me fazer alguns recortes desses dois tempos bíblicos em relação ao nosso tempo. Viver no Velho Testamento era sentir na pele a dor de uma cirurgia sem assepsia, e o pior, a sangue frio. Estou falando da circuncisão, ou seja, a operação da fimose. Tudo bem que ainda hoje os judeus fazem isso, mas com certeza não cortam o prepúcio do menino com uma lasca de pedra afiada e sem anestesia. Entretanto, o sofrimento não era só dos homens. As mulheres também sofriam, e muito. Sofrimento subjetivo, psicológico, social. Elas eram desprezadas e literalmente subjugadas pelos homens. Na maioria das vezes, eram tratadas como objetos de prazer e procriadoras de filhos. Naquela época, as mulheres tinham dois direitos básicos: 1º) Não ter direito algum; 2º) Não reclamar do direito que tinham. Pergunto: qual mulher, hoje, trazendo a marca da sua independência, conquistada a duras penas, gostaria de viver numa cultura assim? Viver no tempo do Novo Testamento era diferente, mas também não era fácil. Mesmo no tempo do nascimento e ministério de Jesus, a vida era difícil, muito difícil. Imagine viver num tempo em que discordar do governo era sinônimo de perder a cabeça. Não foi isso o que aconteceu com João Batista ao denunciar o adultério do rei Herodes Antipas com Herodias? Imagine se fosse hoje, com tanta gente falando mal do governo? Cabeças iam rolar aos borbotões! Hoje, precisamos da coragem e ousadia de um homem como João Batista, que não se vendeu ao poder, deixando de apontar os erros e pecados vindos do palácio. Mas há um outro aspecto muito marcante na história do Novo Testamento: a perseguição dos primeiros cristãos. Quantos morreram serrados ao meio, decapitados, jogados na fogueira, queimados com óleo quente, destroçados nas arenas do Império Romano e crucificados, como o próprio Jesus foi. Nesse sentido, ser cristão no tempo do Novo Testamento não era moleza, como é hoje, pelo menos aqui no Brasil. Há quem diga que a perseguição desperta os cristãos. Será? Vamos dar mais um salto histórico. Vamos para a Idade Média, também conhecida como a Era das Trevas. Você sabia que a expectativa de vida na Idade Média era de mais ou menos trinta anos? Dá para imaginar hoje uma pessoa morrendo de morte natural aos trinta anos? Mas naquela época, quem chegasse aos trinta anos de idade estava no lucro. Tinha uma saúde de ferro. Hoje, mesmo com toda a crise do SUS, com toda a pobreza e falta de saneamento básico que ainda temos na maioria das cidades do nosso país, a expectativa de vida do brasileiro é de 74,9 anos. E o tempo do vovô, quando ele morava na roça?! Que tempo bom, não é mesmo? Leite fresquinho, legumes e verduras sem agrotóxico, galinha caipira criada no quintal, sem qualquer tipo de hormônio. Água cristalina da cachoeira, sem qualquer vestígio de poluição. Aquilo era vida. Mas tem um lado que talvez você não conheça. Só um exemplo: imagine os pais vendo um filho com uma febre insistente, precisando de atendimento, mas para isso seria preciso viajar quilômetros, a cavalo, até chegar no vilarejo mais próximo para ter uma consulta com um farmacêutico, que naquela época não passava de uma pessoa com algum conhecimento sobre o poder curativo das plantas e ervas. Dá para imaginar o sofrimento desses pais? A questão aqui não é enaltecer o nosso tempo e desprezar o passado. Sabemos muito bem que a vida não está fácil. Sabemos também que, em alguns aspectos, a vida no passado era sim melhor do que a que temos hoje. Mas precisamos vencer esse dualismo entre passado e presente e vivermos os desafios do nosso tempo. Se for para olhar para trás, que seja para observarmos aqueles que souberam enfrentar e superar as dificuldades do seu tempo. Homens como: Martinho Lutero, Pr. Martin Luther King Jr., Gandhi, Nelson Mandela e muitos outros. Sabe de uma coisa? Não vale a pena brigar com o tempo. Se você não o aceita ou desvaloriza, ele continua andando celeremente e, no final, ele sempre nos vence pelo cansaço. Lute para transformar o dia de hoje no melhor dia da sua vida. Valorize a vida, valorizando e extraindo do tempo tudo o que ele pode lhe dar. Pare de reclamar da vida. Não adianta! Não resolve! Viva a única vida que você tem para viver. Não quero te desanimar, mas se você ficar lutando contra a vida, contra o tempo, um dia você poderá se lamentar pelo tempo de vida que perdeu. Não quero e nem posso lhe ensinar a viver a sua vida. Eu ainda estou aprendendo a viver a minha. Como diz o ditado: "Cada um sabe onde o calo aperta." Mas, por favor, para o seu próprio bem, pare de reclamar da vida!
Cada época carrega consigo o seu mal-estar. Não tem como evitá-lo. No entanto, quem nunca se percebeu dando mais valor ao passado do que ao presente, dizendo: "Naquele tempo..."? Sempre temos essa tendência de valorizar o passado e depreciar o presente, o que é uma grande besteira, pois ninguém pode viver no passado. Só se vive no presente. Por vezes, indevidamente, alguns crentes pensam que os tempos bíblicos retratados no Velho e no Novo Testamento eram melhores do que os tempos atuais. Não sei se você pensa assim, mas, apenas a título de comparação, permita-me fazer alguns recortes desses dois tempos bíblicos em relação ao nosso tempo. Viver no Velho Testamento era sentir na pele a dor de uma cirurgia sem assepsia, e o pior, a sangue frio. Estou falando da circuncisão, ou seja, a operação da fimose. Tudo bem que ainda hoje os judeus fazem isso, mas com certeza não cortam o prepúcio do menino com uma lasca de pedra afiada e sem anestesia. Entretanto, o sofrimento não era só dos homens. As mulheres também sofriam, e muito. Sofrimento subjetivo, psicológico, social. Elas eram desprezadas e literalmente subjugadas pelos homens. Na maioria das vezes, eram tratadas como objetos de prazer e procriadoras de filhos. Naquela época, as mulheres tinham dois direitos básicos: 1º) Não ter direito algum; 2º) Não reclamar do direito que tinham. Pergunto: qual mulher, hoje, trazendo a marca da sua independência, conquistada a duras penas, gostaria de viver numa cultura assim? Viver no tempo do Novo Testamento era diferente, mas também não era fácil. Mesmo no tempo do nascimento e ministério de Jesus, a vida era difícil, muito difícil. Imagine viver num tempo em que discordar do governo era sinônimo de perder a cabeça. Não foi isso o que aconteceu com João Batista ao denunciar o adultério do rei Herodes Antipas com Herodias? Imagine se fosse hoje, com tanta gente falando mal do governo? Cabeças iam rolar aos borbotões! Hoje, precisamos da coragem e ousadia de um homem como João Batista, que não se vendeu ao poder, deixando de apontar os erros e pecados vindos do palácio. Mas há um outro aspecto muito marcante na história do Novo Testamento: a perseguição dos primeiros cristãos. Quantos morreram serrados ao meio, decapitados, jogados na fogueira, queimados com óleo quente, destroçados nas arenas do Império Romano e crucificados, como o próprio Jesus foi. Nesse sentido, ser cristão no tempo do Novo Testamento não era moleza, como é hoje, pelo menos aqui no Brasil. Há quem diga que a perseguição desperta os cristãos. Será? Vamos dar mais um salto histórico. Vamos para a Idade Média, também conhecida como a Era das Trevas. Você sabia que a expectativa de vida na Idade Média era de mais ou menos trinta anos? Dá para imaginar hoje uma pessoa morrendo de morte natural aos trinta anos? Mas naquela época, quem chegasse aos trinta anos de idade estava no lucro. Tinha uma saúde de ferro. Hoje, mesmo com toda a crise do SUS, com toda a pobreza e falta de saneamento básico que ainda temos na maioria das cidades do nosso país, a expectativa de vida do brasileiro é de 74,9 anos. E o tempo do vovô, quando ele morava na roça?! Que tempo bom, não é mesmo? Leite fresquinho, legumes e verduras sem agrotóxico, galinha caipira criada no quintal, sem qualquer tipo de hormônio. Água cristalina da cachoeira, sem qualquer vestígio de poluição. Aquilo era vida. Mas tem um lado que talvez você não conheça. Só um exemplo: imagine os pais vendo um filho com uma febre insistente, precisando de atendimento, mas para isso seria preciso viajar quilômetros, a cavalo, até chegar no vilarejo mais próximo para ter uma consulta com um farmacêutico, que naquela época não passava de uma pessoa com algum conhecimento sobre o poder curativo das plantas e ervas. Dá para imaginar o sofrimento desses pais? A questão aqui não é enaltecer o nosso tempo e desprezar o passado. Sabemos muito bem que a vida não está fácil. Sabemos também que, em alguns aspectos, a vida no passado era sim melhor do que a que temos hoje. Mas precisamos vencer esse dualismo entre passado e presente e vivermos os desafios do nosso tempo. Se for para olhar para trás, que seja para observarmos aqueles que souberam enfrentar e superar as dificuldades do seu tempo. Homens como: Martinho Lutero, Pr. Martin Luther King Jr., Gandhi, Nelson Mandela e muitos outros. Sabe de uma coisa? Não vale a pena brigar com o tempo. Se você não o aceita ou desvaloriza, ele continua andando celeremente e, no final, ele sempre nos vence pelo cansaço. Lute para transformar o dia de hoje no melhor dia da sua vida. Valorize a vida, valorizando e extraindo do tempo tudo o que ele pode lhe dar. Pare de reclamar da vida. Não adianta! Não resolve! Viva a única vida que você tem para viver. Não quero te desanimar, mas se você ficar lutando contra a vida, contra o tempo, um dia você poderá se lamentar pelo tempo de vida que perdeu. Não quero e nem posso lhe ensinar a viver a sua vida. Eu ainda estou aprendendo a viver a minha. Como diz o ditado: "Cada um sabe onde o calo aperta." Mas, por favor, para o seu próprio bem, pare de reclamar da vida!
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