Creio que não existe um pai que já não tenha colocado o filho de castigo por alguns minutos, algumas horas ou até mesmo por alguns dias, dependendo, é claro, do que o filho tenha feito. Mas colocar o filho de castigo por 5 segundos seria demais, não é mesmo? Imagina um pai dizendo ao filho: “O que você fez foi muito feio. Então, senta aí no sofá e fique de castigo por 5 segundos.” Hilário! Nenhum pai faria isso. Ou faria?
Mas acredite! Um castigo de 5 segundos foi aplicado a um marmanjo. Estou me referindo à penalidade aplicada ao corredor tricampeão Lewis Hamilton no GP do Bahrain deste ano, por ter diminuído a marcha do carro mais do que deveria ao parar no box, apenas para atrapalhar e prejudicar o outro corredor que vinha atrás. Que coisa feia! Pode isso, Arnaldo? Perguntaria o pitoresco Galvão Bueno, se fosse uma infração num jogo de futebol.
Quando vi o noticiário esportivo falando sobre essa penalidade aplicada ao Lewis Hamilton, pensei: uma penalidade de 5 segundos não é nada. Mas depois considerei que, em se tratando de uma corrida onde a velocidade dos carros chega, e por vezes ultrapassa, os 300 km/h, 5 segundos é uma eternidade e pode comprometer o pódio, como comprometeu.
Punições existem e devem ser aplicadas. E se elas fossem bem aplicadas, sem exagero, desde o ambiente familiar, quando os filhos são pequenos, muita coisa seria diferente no ambiente social. Também é verdade que, se as punições adequadas e justas fossem bem aplicadas no contexto social para aqueles que infringem as leis, muita coisa seria diferente. Haveria mais receio de fazer o que é errado, com medo da punição a ser aplicada.
Hoje, no Brasil, existem inúmeras operações policiais sendo realizadas. Tem muita gente boa, se considerarmos, equivocadamente, que gente boa é aquela que mora em um apartamento de luxo na zona sul, tem uma boa renda e uma boa projeção social. O fato é que há muita gente "boa" que não vale nada. Mas deixa isso para lá! Agora, pense e responda: quanto tempo de cadeia uma pessoa acusada e condenada por uma das mais importantes operações realizadas no Brasil hoje, a Operação Lava Jato, com provas embasadas, deveria pegar? 5 segundos? 5 horas? Cinco anos? Cinquenta anos? Quinhentos anos?
O chamado crime de colarinho branco não é coisa simples. É coisa séria e, na minha opinião, quem pratica esse tipo de crime, seja quem for, não pode ir para a cadeia hoje e sair amanhã. Não pode receber uma punição de um final de semana e nem mesmo de alguns meses. Isso porque o ladrão de colarinho branco é igual ou pior do que um traficante. A única diferença é que ele mata sem apertar o gatilho. O criminoso de colarinho branco mata tirando a merenda escolar das crianças. Mata tirando os recursos da saúde. Mata tirando os recursos da segurança. Mata roubando o tempo do trabalhador no transporte público. Mata emprestando dinheiro para que os traficantes comprem suas armas. Mata facilitando a entrada de drogas no país.
O criminoso de colarinho branco é o pior dos bandidos e merece a maior de todas as penas. Até porque, em geral, todo criminoso de colarinho branco é um cara bem-sucedido. É isso o que dá mais raiva! Por que roubar tanto, se já tem tanto? Na verdade, ninguém deveria roubar, tendo muito ou pouco. Honestidade cabe em todo lugar e em todas as camadas sociais. Mas era de se esperar que aquele que conseguiu alcançar posições privilegiadas não usasse de artifícios criminosos para ter mais.
A punição de 5 segundos dada para o Lewis Hamilton fez toda a diferença no GP do Bahrain. A punição a ser dada para todos os criminosos de colarinho branco, seja da Operação Lava Jato, Operação Zelotes, Operação Acrônimo e tantas outras, também precisa fazer toda a diferença. Como dizem os juristas: "precisa ser exemplar!"
São tantas "operações" que é difícil saber como o paciente, nesse caso, a nação brasileira, vai sair dessa. Vai sobreviver! Eu creio! Tenho essa esperança! Mas as marcas, infelizmente, vão ficar por muito tempo na vida de milhares de pessoas que perderam entes queridos, perderam a saúde, o emprego, a empresa, a casa, o carro. Mas como alguns dizem: "brasileiro não desiste nunca." Espero sinceramente que todos nós brasileiros não desistamos de sonhar com um país melhor, mais justo, mais igual e menos, muito menos corrupto. Um país onde os corruptos possam ir verdadeiramente para a cadeia.
Valeu a punição para o Lewis Hamilton? Valeu! Então, com as devidas proporções, que também valha a pena a punição da justiça para todos os corruptores e corruptos do nosso país. Mesmo que, para isso, seja preciso construir mais cadeias para que todos possam ficar lá, junto com todos os demais presos, não por cinco segundos, mas por muito, muito, muito tempo. Isso para que aqueles que, no futuro, tentarem um caminho alternativo no que diz respeito ao descumprimento das leis do país, saibam muito bem que "o crime não compensa."
Existem várias maneiras de entendermos a depressão. Como já disse em vídeos anteriores, a depressão não é resultado de um único fator, mas sim de vários fatores. Hoje, quero falar da depressão como consequência do infarto da alma — um estrangulamento interior causado pelo represamento das emoções e pelos traumas da vida que não foram devidamente elaborados. Para explicar essa ideia, quero fazer uma analogia com o que conhecemos da medicina. O infarto do miocárdio é uma doença caracterizada por placas de gordura que se acumulam nas artérias coronárias, obstruindo a circulação sanguínea. Quando uma dessas placas se desloca, forma-se um coágulo que interrompe o fluxo de sangue, levando à diminuição da oxigenação das células do músculo cardíaco (miocárdio), o que resulta no infarto. Na página da Sociedade Brasileira de Cardiologia, há um cardiômetro que marca, em tempo real, o número de pessoas que morrem no Brasil por problemas cardíacos. A média é de um óbito a cada 90 segundos. E o ...
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